22 de abr. de 2016

Catálogo de programação da V Mostra Pajé

Acesse o link abaixo para baixar o PDF com o catálogo de programação da V Mostra Pajé de Filmes Indígenas.
https://mega.nz/#!2N010CwT!sD6H9qFrbWedVUlTXBPWgBsyM8B0xdvgIfGvVWkxOLA

V Mostra Pajé no jornal O Tempo



Matéria do jornalista Ailton Magioli, no dia 18 de abril, sobre a quinta edição da Mostra Pajé de Filmes Indígenas, no caderno Magazine, do jornal O Tempo de Belo Horizonte. Magioli destaca o lançamento da animação Konãgxeka: o Dilúvio Maxakali, produção da Pajé Filmes, co-dirigida por Isael Maxakali e Charles Bicalho. Menciona Takumã Kuikuro, cineasta indígenas xinguano, cujo filme "Ete Londres" está na programação da Mostra. Traça breve perfil de Isael Maxakali, foco da Retrospectiva do evento. E faz referência também à edição da Mostra que acontece no Rio de Janeiro, graças à parceria da Pajé Filmes com a Associação Indígena Aldeia Maracanã.

17 de abr. de 2016

Catálogo V Mostra Pajé



Durante a V Mostra Pajé no Sesc Palladium será distribuído ao público o catálogo contendo um texto de apresentação, um quadro de programação e informações sobre cada um dos 46 filmes participantes da Mostra. O catálogo, com arte gráfica de Jacksson Abacatu, estará disponível nas dependências do Sesc Palladium.

13 de abr. de 2016

Trailer de Konãgxeka: o Dilúvio Maxakali



Acesse o link abaixo para assistir o trailer do filme de animação Konãgxeka: o Dilúvio Maxakali, co-dirigido por Isael Maxakali e Charles Bicalho. Aprovado no Edital Filme em Minas 2015, Konãgxeka é mais uma realização da Pajé Filmes.

https://www.youtube.com/watch?v=eloP6BwHlg8&feature=youtu.be

12 de abr. de 2016

Cartazes do filme Konãgxeka


A animação Konãgxeka: o dilúvio maxakali, nova produção da Pajé Filmes, estreia no dia 19 de abril na V Mostra Pajé. Confiram os cartazes do filme no blog da Pajé.





25 de fev. de 2016

Lista completa dos 46 filmes a serem exibidos na V Mostra Pajé

Arandu Nhembo’e – em busca do saber (Alberto Alvares, Brasil, 2015, 17min, legenda em português)
Beiradão Hup Boyoh (Jessica Mota e Alice Riff, Brasil, 2015, 15min, falado em português)
Cachoeira (Sérgio Andrade, Brasil, 2010, 14min, legenda em português)
Canoada Bye Bye Xingu (Instituto Socioambiental, Brasil, 2015, 14min, falado em português)
Challwan Kvzaw: el trabajo de la pesca (Escuela de Cine y Comunicación Mapuche del Aylla Rewe Rudi, Chile, 2015, 07min, legenda em espanhol)
Civilización Azteca para niños (Federico Badía, Argentina, 2008, 15min, falado em espanhol, sem legenda)
Civilización Inca para niños (Federico Badía, Argentina, 2008, 15min, falado em espanhol, sem legenda)
Civilización Maya para niños (Federico Badía, Argentina, 2008, 15min, falado em espanhol, sem legenda)
Cuando Muere una Lengua (Gabriela Badillo, México, 2010, 02min, legenda em espanhol, sem legenda)
Coração do Brasil (Daniel Santiago, Brasil, 2013, 83min, falado em português)
Ete Londres (Takumã Kuikuro, Brasil/Reino Unido, 2016, 20min, legenda em português)
Etepe (Tewe Kalapalo, Tawana Kalapalo e Kayauta Kalapalo, Brasil, 2014, 14min, legenda em português)
Festa do Mbebe Akaee (Nadja Marin e Justino Cinta Larga, Brasil, 2015, 19min, legenda em português)
Huicholes: los últimos guardianes del peyote (Hernán Vilchez, Argentina/México, 2014, 125min, legenda em português)
Indígenas digitais (Sebastián Gerlic, Brasil, 2010, 26min, falado em português)
Índios no poder (Rodrigo Siqueira, Brasil, 2015, 21min, falado em português)
Kakxop pit hãmkoxuk xop te yûmûgãhã – iniciação dos filhos dos espíritos da terra (Isael Maxakali, Brasil, 2015, 40min, legenda em português)
Konãgxeka: o dilúvio maxakali (Charles Bicalho e Isael Maxakali, Brasil, 2016, 15min, legenda em português)
Kotkuphi (Isael Maxakali, Brasil, 2012, 30min, legenda em português)
La Machi del rayo (Claudia Miranda, Chile, 2007, 02min, falado em espanhol, sem legenda)
Leyenda Mochica (Vladimir Pekar, Rússia, 1978, 17min, falado em espanhol, sem legenda)
Mapuche (Hector Errázuriz e María Pía Manquemilla, Chile, 2013, 05min, falado em espanhol, sem legenda)
Menoku Kalkugen (Fluorfilms, Chile, 2010, 02min, falado em espanhol, sem legenda)
México, el ombligo de la Luna (Grabriel Retes, México, 2015, 11min, falado em espanhol, sem legenda)
Mîmãnãm (Isael Maxakali, Brasil, 2012, 17min, legenda em português)
Mochica's sacrifice's ceremony (Asehs Studio, Bélgica, 2008, 06min, mudo)
Mundurukânia, na beira da história (Miguel Viveiros de Castro, Brasil, 2015, 45min, falado em português)
No caminho com Mário (Coletivo Mbya-Guarani de Cinema, Brasil, 2014, 21min, legenda em português)
Ongamira – o tempo não existe (Raquel Gerber, Brasil/Argentina, 2013, 52min, legenda em português)
Origen de la Quinua (Jorge Carmona, Perú, 2013, 04min, legenda em espanhol, sem legenda)
Queima tradicional de cerâmica Xakriabá a céu aberto (Edgar Corrêa Kanaykõ, Brasil, 2015, 09min, falado em português)
Selk’nam (Sebastián Pinto, Chile, 2012, 04min, falado em espanhol, sem legenda)
Serenkato, o canto da floresta (Jonathas Bernard, Brasil, 2014, 15min, , legenda em português)
Skins (Chris Eyre, EUA, 2002, 87min, legenda em espanhol)
Tatakox (Isael Maxakali, Brasil, 2007, 17min, legenda em português)
Te saludan los cabitos (Luis Cintora, Perú/Espanha, 2015, 66min, falado em espanhol, sem legenda)
Territorio sagrado: por la defensa del Ngen Kintuante (Léster Rojas Romero e Carlos Rojas Hurtado, Chile, 2014, 45min, legenda em espanhol)
The path without end (Elizabeth Lameman, Canadá, 2011, 06min)
Tren Tren y Kai Kai Vilú (Alex Moya, Chile, 2012, 04min, falado em espanhol, sem legenda)
Tumpulkawe (Fluorfilms, Chile, 2010, 02min, falado em espanhol, sem legenda)
Trumai: os donos do Hopep (Serge Guiraud, Brasil, 2015, 06min, legenda em português)
Tumre e o ser cineasta (Manu Campos, Brasil, 2015, 07min, falado em português)
Tupinambá, o retorno da terra (Daniela Alarcon, Brasil, 2014, 25min, falado em português)
Xeg Xeg ka Kay Kay (Fluorfilms, Chile, 2010, 02min, falado em espanhol, sem legenda)
Xupapoynãg (Isael Maxakali, Brasil, 2012, 15min, legenda em português)
Yãmîy (Isael Maxakali, Brasil, 2011, 15min, legenda em português)

V Mostra Pajé de Filmes Indígenas


A V Mostra Pajé de Filmes Indígenas se realizará no Sesc Palladium, em Belo Horizonte, de 19 a 24 de abril de 2016.

A V MPFI exibirá em sua programação 46 filmes dos mais variados temas, gêneros, estilos e tempo de duração. São produções de autoria estritamente indígena, ou de diretores que, não indígenas, tenham se inspirado na cultura e/ou realidade destes povos. São produções de vários estados do Brasil e de outros países.

De terça a domingo, haverá 24 sessões: quatro por dia. Às 10, 14, 17 e 20 horas.

A V Mostra Pajé se compõe de três eixos temáticos principais: Mostra Geral, Animações Indígenas e Retrospectiva Isael Maxakali.

Mostra Geral
Contará com filmes de curta, média e longa-metragens, de temáticas variadas. Filmes brasileiros e de outros países como Chile, México e Estados Unidos.

Animações Indígenas
É um eixo totalmente dedicado aos “desenhos animados” indígenas. Fazendo uso de várias técnicas e estilos, 15 animações de temática indígena conduzirão os espectadores pelo universo das imagens em produções oriundas de países como Argentina, Chile, México, Canadá, Bélgica e Rússia.

Retrospectiva Isael Maxakali
A Retrospectiva Isael Maxakali traz 7 filmes de autoria de Isael Maxakali, cineasta representante do povo Maxakali ou Tikmû’ûn. Atualmente os Maxakali contam com aproximadamente 2000 pessoas que vivem em quatro territórios no estado de Minas Gerais. Falam sua língua ancestral, o Maxakali. E praticam sua religião baseada nos espíritos yãmîy. Isael, que é graduado pela UFMG em Educação Intercultural Indígena, é professor em sua Aldeia Verde, localizada no município de Ladainha. Foi durante o curso na Universidade que Isael teve aulas de vídeo e começou a produzir seus filmes. Em 2008 ajudou a formar a Pajé Filmes. Desde então, intensificou a sua produção audiovisual, tendo se tornado provavelmente o cineasta indígena mais prolífico de Minas Gerais.
O eixo Retrospectiva Isael Maxakali da V MPFI abrange a sua produção desde 2007 com seu primeiro filme, Tatakox, até as últimas obras, de 2015. Faz parte também desta Retrospectiva a estreia da primeira animação de Isael, Konãgxeka: o dilúvio maxakali. Aprovado no Edital Filme em Minas 2015, Konãgxeka é mais uma realização da Pajé Filmes.

A V Mostra Pajé de Filmes Indígenas é uma realização da Pajé Filmes, com apoio do Sesc Palladium, da Escola de Design da UEMG, do Museu do Índio e da Associação Filmes de Quintal.

Coordenação Geral
Charles Bicalho

Curadoria
Charles Bicalho
Elizângela Maxakali
Isael Maxakali
Jackson Abacatu
Marcos Henrique Coelho
Sueli Maxakali

Produção
Charles Bicalho
Cláudia Alves
Jackson Abacatu
Marcos Henrique Coelho

Arte gráfica
Jackson Abacatu

Realização
Pajé Filmes

Apoio
Associação Filmes de Quintal
Escola de Design da UEMG
Museu do Índio
Sesc Palladium

Agradecimentos
Aldeia Verde Maxakali, Associação Filmes de Quintal, Axel Beff, Asehs Studio, Astrolab Motion, Benjamin López Moure (Fluorfilms), Carolina Canguçu, Carla Italiano, Claudia Miranda, DIBAM – Dirección de Bibliotecas, Archivos y Museos de Chile, Escola de Design da UEMG, Elizabeth Lameman, Fluorfilms, Federico Badía, Grabriel Retes, Gabriela Badillo, Hector Errázuriz, Jorge Carmona, Junia Torres, Luis Marco (Astrolab Motion), Marcelo David Moreira (Sesc Pallaium), María Pía Manquemilla, Métis Elizabeth Aileen LaPensée, Museu Chileno de Arte Precolombino, Povo Mapuche, Sebastián Pinto, Vladimir Pekar.

Belo Horizonte, abril de 2016.

E-mail: pajefilmes@gmail.com
Blog: http://paje-filmes.blogspot.com.br
Facebook: Pajé Filmes

24 de fev. de 2016

Selecionados V Mostra Pajé de Filmes Indígenas


A Comissão de Curadoria da V Mostra Pajé de Filmes Indígenas parabeniza todos os participantes e divulga a lista de filmes selecionados.


Arandu Nhembo’e – em busca do saber (Alberto Alvares, Brasil, 2015, 17min)

Cachoeira (Sérgio Andrade, Brasil, 2010, 14min)

Coração do Brasil (Daniel Santiago, Brasil, 2013, 83min)

Ete Londres (Takumã Kuikuro, Brasil/Reino Unido, 2016, 20min)

Etepe (Tewe Kalapalo, Tawana Kalapalo e Kayauta Kalapalo, Brasil, 2014, 14min)

Festa do Mbebe Akaee (Nadja Marin e Justino Cinta Larga, Brasil, 2015, 19min)

Huicholes: los últimos guardianes del peyote (Hernán Vilchez, Argentina/México, 2014, 125min)

Índios no poder (Rodrigo Siqueira, Brasil, 2015, 21min)

No caminho com Mário (Coletivo Mbya-Guarani de Cinema, Brasil, 2014, 21min)

Ongamira – o tempo não existe (Raquel Gerber, Brasil/Argentina, 2013, 52min)

Queima tradicional de cerâmica Xakriabá a céu aberto (Edgar Corrêa Kanaykõ, Brasil, 2015, 09min)

Serenkato, o canto da floresta (Jonathas Bernard, Brasil, 2014, 15min)

Te saludan los cabitos (Luis Cintora, Perú/Espanha, 2015, 66min)

Trumai: os donos do Hopep (Serge Guiraud, Brasil, 2015, 06min)

Tumre e o ser cineasta (Manu Campos, Brasil, 2015, 07min)


Além dos 15 selecionados, a V Mostra Pajé contará com filmes convidados. Todos os filmes se distribuirão em três eixos: Mostra Geral, Animações Indígenas e Retrospectiva Isael Maxakali.

No total serão 46 filmes, dos mais variados temas, gêneros e estilos, a serem exibidos em 24 sessões (quatro por dia: às 10, 14, 17 e 20 h), entre os dias 19 e 24 de abril de 2016, no Sesc Palladium, em Belo Horizonte.

4 de fev. de 2016

Produção e estreia de Konãgxeka

Segue a produção de Konãgxeka: o dilúvio maxakali, curta-metragem de animação aprovado no Edital Filme em Minas 2014/2015. Com Direção e Roteiro de Charles Bicalho e Isael Maxakali, Direção de Animação de Jackson Abacatu, Konãgxeka vai estrear na V Mostra Pajé de Filmes Indígenas, em abril, no Sesc Palladium, em Belo Horizonte.

Eis alguns frames do filme:





1 de jan. de 2016

Inscrições: V Mostra Pajé de Filmes Indígenas

Estão abertas as inscrições de filmes para a V Mostra Pajé de Filmes Indígenas, que se realizará de 19 a 24 de abril de 2016, no Sesc Palladium, em Belo Horizonte.
Mostra Pajé de Filmes Indígenas exibe produções audiovisuais com participação de representantes de comunidades indígenas; ou cuja temática esteja relacionada a aspectos da cultura e realidade desses povos.
O período de inscrição vai de 01 a 31 de janeiro de 2016. Para se inscrever, envie um DVD contendo o filme, ou link para baixar o arquivo do filme (com senha, se necessário). 720p é a definição mínima exigida para exibição.
São aceitos filmes de curta, média ou longa-metragem, falados ou legendados em português.
DVDs devem ser enviados para Rua Bueno Brandão, 439, Bairro Santa Tereza, Belo Horizonte, Minas Gerais, CEP 31010-060. Junto com o DVD, envie uma imagem e as informações técnicas do filme: nome do diretor, tempo de duração do filme, ano de produção, sinopse, e outras informações que julgar oportunas.
O link deve ser enviado, junto com as informações para o email: pajefilmes@gmail.com.

Aguardamos o seu filme!

16 de dez. de 2015

I Mostra Indígena de Filmes Etnográficos do Ceará



Dois filmes de Isael Maxakali Kotkuphi Xupapoynãg – foram selecionados para participar da I Mostra Indígena de Filmes Etnográficos do Ceará, que acontece de 17 a 20 de dezembro na aldeia Lagoa Encantada, na Área Indígena Jenipapo-Kanindé, em Aquiraz, Ceará. A Mostra se propõe ser um "momento oportuno de debates, intercâmbios culturais e experiências étnicas".
O projeto da Mostra foi contemplado no XI Edital Ceará de Cinema e Video da Secult-CE.

A programação completa está disponível em indiojenipapokaninde.org.

2 de dez. de 2015

Pajé Filmes e o cinema indígena brasileiro

A Pajé Filmes foi citada em artigo sobre cinema indígena brasileiro. No texto, escrito em francês, intitulado "Cinéma amérindien brésilien et utilisation du cyberspace. Pour qui?", a pesquisadora Paula Morgado, da Universidade de São Paulo, trata da produção cinematográfica indígena brasileira e sua utilização do ciberespaço para a divulgação de sua produção. O artigo pode ser lido na íntegra no link: https://anthrovision.revues.org/1448

13 de nov. de 2015

Forumdoc.BH.2015



Temos o prazer de anunciar a participação da Pajé Filmes no Forumdoc – Festival do Filme Documentário e Etnográfico deste ano. Uma produção da Pajé Filmes, o filme Xupapoynãg, de Isael Maxakali, será exibido no Festival.
Participamos também da curadoria da mostra “Olhar: um ato de resistência”, coordenada por Andrea Tonacci, em que serão exibidos filmes indígenas oriundos das três Américas.
Somos responsáveis ainda pela tradução de um dos textos que compõem o catálogo do Festival: trata-se do capítulo XIII do livro Short Nights of the Shadow Catcher: the epic life and immortal photographs of Edward Curtis, de Timothy Egan, publicado pela Houghton Mifflin Harcourt, nos Estados Unidos em 2012, em que se narram as venturas e desventuras da produção do filme In the land of the headhunters (Na terra dos caçadores de cabeça), dirigido por Edward S. Curtis, o fotógrafo que empreendeu fotografar todas os povos indígenas dos Estados Unidos. O raro filme será exibido no Festival.
Além do mais, estaremos presentes nos debates que acontecerão no Cine 104, entre os dias 23 e 28 de novembro, nos horários de 9:30 às 13:00 e 15:00 às 17:00. Os debates contarão com as presenças de vários diretores indígenas e não indígenas, bem como de estudiosos.

Para nós é motivo de alegria e satisfação participar do Forumdoc.BH.2015, um dos festivais de filmes etnográficos e documentários mais instigantes do Brasil.

31 de out. de 2015

Estética ameríndia


Tradução da introdução ao capítulo 06, “The American Indian Aesthetic”, do livro Celluloid Indians: Native Americans and Film, de Jacquelyn Kilpatrick (Lincoln and London: University of Nebraska Press, 1999)




Este e o ponto aonde chegamos enquanto cineastas indígenas. Nós queremos começar a participar e a desenvolver uma estética indígena. Pois de fato existe uma coisa chamada estética indígena, que começa no sagrado. (Victor Masayesva Jr., citado em “Uma estética indígena: dois videomakers notáveis”, de Steven Leuthold.)


Ao longo de toda a história do cinema, os ameríndios têm servido como uma espécie de vale-tudo para as correntes sociais e políticas. Richard Hill notou que a imagem do índio muda a cada geração. Observando a mídia impressa atual, Hill delineou as seguintes visões e usos contemporâneos que se fazem dos ameríndios:

-       -  A imprensa alternativa usa os índios para atacar o capitalismo e o racismo, utilizando-se das lutas desses povos pelos seus direitos para “atuar para a esquerda radical, para os Yuppies de centro, e para as crianças desassistidas da direita rica.”
-       -   A imprensa ambientalista tenta desacreditar o “mito” do conservacionista natural, dizendo: “Não se engane. As tribos estão se transformando. Eles pretendem reivindicar o máximo de terra – sua terra – que conseguirem, e planejam comercializar nossos peixes e nossos recursos de caça...” (Como bem chama a atenção Hill, isso soa como algo que índios poderiam ter dito a respeito dos colonizadores.)
-       -  A imprensa new age transformou os índios em símbolos de espiritualidade de todos os tipos.
-       -  A imprensa conservadora quer acabar com os tratados, alegando que os índios são caros demais para serem mantidos.
-       -  Nos jornais tradicionais, os estereótipos estão em toda parte: os índios são desqualificados, alcóolatras, mal-educados e têm uma saúde precária. A Time Magazine disse que os índios “estão à deriva em seu próprio país.”

Essas imagens da imprensa são muito similares àquelas que encontramos na maioria dos filmes. O resultado é uma imagem muito confusa dos ameríndios. Se alguém escolhe ser exageradamente otimista, é possível que pense que isso é uma coisa boa. Talvez confusão seja melhor que certeza, quando a certeza é baseada em falácias.
No final do século XX, “simpatia” pelos ameríndios, por diferentes e às vezes estranhas razões, existe de um modo geral; mas os diretores do maintream hollywoodiano que tentaram retratar essa simpatia falharam de várias maneiras em mostrá-los realisticamente. Suas falhas podem ser parcialmente explicadas pelo vácuo cultural e comunicacional entre os diretores e os povos que eles retratam. Deve parecer aos diretores que, contando ou não uma história sobre os índios, eles já estariam condenados de qualquer maneira. Conte uma história sobre um casal mestiço que não pode viver junto – e isto é racismo. Conte a mesma história e deixe-os viverem felizes para sempre – e a história se torna uma forma mortal de assimilação. Mostre os índios como caras bons – e você está produzindo o estereótipo do bom selvagem. Mostre os índios como sanguinários – e você mesmo poderá virar tema de filme em Hollywood.
Talvez o problema seja contar histórias sobre índios. E que tal as histórias que os índios contam sobre eles mesmos? Eles estariam aptos a trazer exatidão histórica, cultural e emocional sobre suas próprias vidas e culturas para uma mídia criada pela cultura hegemônica? A mídia cinematográfica é realmente, como afirma Elizabeth Weatherford, “uma extensão lógica da comunicação oral e visual da cultura tradicional dos ameríndios?” Caso afirmativo, podem as histórias que os ameríndios contam ser realmente interessantes para um público majoritariamente comercial, uma vez que privilegiam o outro: a voz nativa?
A resposta é “sim” – elas podem. De qualquer modo, só agora isto está se tornando possível, porque apenas recentemente tem-se encontrado ameríndios em todas as áreas da cinematografia profissional. Apenas recentemente tem se tornado possível formar uma equipe composta de ameríndios em funções como as de roteirista, diretor, produtor e ator.


Tradução: Charles Bicalho