28 de dez. de 2018

Novos testes de Mãtãnãg


Jackson Abacatu, Diretor de Animação de Mãtãnãg, segue dando vida a nosso filme. Personagens, cenas e objetos surgem do trabalho artesanal com recortes, colagens e movimentos.
Abaixo, Mãtãnãg e o espírito yãmîy de seu marido, os morcegos e a espinheira em chamas em quadros congelados de passagens do filme ainda em processo de feitura.










19 de dez. de 2018

Primeiros testes de Mãtãnãg

Estão surgindo os primeiros testes de Mãtãnãg, nova produção da Pajé Filmes, com Co-Direção de Shawara Maxakali, roteiro em parceira com Pajé Totó, e Direção de Animação de Jackson Abacatu.






27 de out. de 2018

Takumã Kuikuro, cineasta



O Globo, Página 2, p. 2 - 13/11/2017
Takumã Kuikuro, cineasta: "Queremos registrar nossa cultura"
Documentarista veio ao Rio com outros membros de sua aldeia participar do festival Multiplicidade, no Oi Futuro Flamengo

Daniel Salgado

Últimas de Conte algo que não sei
"Tenho 34 anos e sou membro da etnia indígena Kuikuro, do Alto Xingu. Trabalho com audiovisual há mais de uma década, e já gravei diversos longas e curtas-metragens, entre eles o documentário 'As hiper mulheres'. Além disso, também faço projetos para levar o audiovisual a outras aldeias da região."

Conte algo que não sei.
Nós costumamos assistir a filmes de outras comunidades na nossa própria aldeia. Tentamos colocar, sempre que possível, um telão para que todo mundo os veja. Não são filmes americanos, normalmente. Mas o primeiro filme a que assisti, em 1996, foi um do Bruce Lee, justamente quando estava em reclusão para me tornar um lutador.

Como você e a sua comunidade começaram a trabalhar com cinema?
Foi em 2000, com a chegada de uma equipe de antropólogos na minha aldeia, dos Kuikuro, que fica no Xingu. Lá, eu e alguns outros começamos a aprender a mexer nos equipamentos de vídeo que eles trouxeram. Mas ainda levaria anos até que nos acostumássemos e produzíssemos nossas próprias obras. Durante esse processo, por exemplo, tive que aprender português para facilitar meu domínio das câmeras. O primeiro filme só saiu em 2002, com a chegada do projeto Vídeo na Aldeia.

E como foi a aceitação das filmagens dentro da aldeia?
Foi difícil. Em um filme que fizemos sobre um eclipse, quisemos registrar os rituais, as danças e os hábitos da aldeia durante o evento. Mas houve muita resistência por parte dos outros, que não estavam acostumados em serem filmados. Por isso, tivemos que começar gravando nossos familiares. No fim das contas, quando mostramos o resultado, todos se abriram e abraçaram o projeto.

Como o cinema impacta o dia a dia dos Kuikuro?
Ajuda muito, mesmo, na preservação da nossa cultura. Com o tempo e a aceitação da comunidade, chegamos a formar um coletivo Kuikuro de cinema para todas as aldeias da nossa cultura. A partir dele, nosso cacique nos fez um pedido: ele estava preocupado com a falta de interesse dos jovens pelas nossas tradições e pediu que as registrássemos para que não se perdessem com o tempo. Então, gravamos dezenas de horas de cantos, danças e outras práticas da nossa cultura.

E os jovens passaram a se interessar?
Sim, com certeza! Hoje, muitos dos jovens da aldeia buscam saber diretamente das nossas tradições através destes filmes e registros. Como gravamos em 2005, mostramos a eles o que acontecia há quase uma década, e eles estão demonstrando um interesse renovado.

O cinema também serve de ponte entre as diversas comunidades do Xingu?
Cada vez mais. Na minha volta do Rio de Janeiro, quando vim para estudar, fizemos exibições dos filmes Kuikuro em outras nove aldeias. E elas se interessaram tanto que já nos pedem para gravar suas memórias. Atualmente, estamos oferecendo oficinas em outras comunidades para aumentar essa produção.

E que histórias você gostaria de contar que ainda não teve a oportunidade?
Estou pensando principalmente em duas. Primeiro, contar a vida dos indígenas que saem das aldeias para morar na cidade grande, entender suas rotinas. Além disso, mostrar as brigadas indígenas que estão sendo formadas nos últimos tempos para combater incêndios florestais no Xingu. Muita gente diz que indígena não trabalha. Através do nosso cinema, queremos mostrar que isso é mentira. Queremos registrar nossa língua, nossa cultura. Promover uma troca de olhares.

O Globo, 13/11/2017, Página 2, p. 2

https://oglobo.globo.com/sociedade/conte-algo-que-nao-sei/takuma-kuikuro-cineasta-queremos-registrar-nossa-cultura-22057009

2 de out. de 2018

James Young Deer




James Young Deer (1876-1946), também conhecido como J. Younger Johnson ou Jim Young Deer, nasceu na verdade James Young Johnson, em Washington, DC, nos Estados Unidos.
Tornou-se ator, diretor, roteirista e produtor. Acredita-se que seja o primeiro indígena diretor e produtor em Hollywood.
Junto com sua esposa e parceira, Lillian St. Cyr (Winnebago, Nebraska), eram considerados uma “força influente” (“influential force”) na produção dos primeiros filmes de western no período do cinema silencioso. Seus filmes, bem como outros do período, eram notáveis por retratar os índios positivamente.
Ainda que fosse identificado nos primeiros filmes em Hollywood como sendo do povo Winnebago, de Nebraska, seus ancestrais eram na verdade do povo Nanticoke, do estado de Delaware.
Young Deer entrou para a Marinha dos Estados Unidos em 1898, onde permaneceu por três anos durante a Guerra Hispano-Americana, mas aparentemente se desiludiu com o “grande preconceito” da instituição.
Trabalhou no Wild West Show de Buffalo Bill.
Deer começou a atuar em 1909 em Nova York em filmes western. Kalem, Lubin, Vitagraph e Biograph estavam entre as companhias cinematográficas para as quais trabalhou. Trabalhou também para a New York Motion Pictures Company, uma das primeiras produtoras independentes dos Estados Unidos.
Em 1910 foi contratado pela companhia francesa Pathé Frères, que tinha uma filial em Jersey City e sofria críticas por seus filmes apresentarem uma visão pouco realista do velho oeste. Young Deer fora contratado então para produzir os filmes de temática indígena e acabou chefiando as operações do West Coast Studio no distrito de Edendale, em Los Angeles. Atuou, roteirizou, dirigiu e produziu aproximadamente 150 filmes na Pathé West Coast Studio.
Em 1910, um quinto dos filmes nos Estados Unidos eram westerns e as companhias lutavam para estabelecer o seu domínio no gênero. Nesse período indígenas eram retratados de um modo positivo. Diretores frequentemente contratavam índios como atores. “Durante esse período índios se tornaram símbolo de integridade, estoicismo e confiabilidade”, escreve o historiador William K. Everson.
Os filmes de Deer se caracterizavam pela ausência dos típicos clichês de índios guerreiros hostis e atacantes de vagões de trem, ainda que alguns estúdios já apresentassem índios sob uma luz favorável.
Em 1913 Young Deer fora acusado de abuso por uma garota de 15 anos na Califórnia. A acusação o motivou a ir trabalhar no Reino Unido. Trabalhou em Londres em 1914 filmando suspense para a British and Colonial Films. Consta que tenha filmado documentários na França durante a Primeira Guerra Mundial.
Ao retornar aos Estados Unidos os filmes de western já não eram tão populares, o que diminuiu suas oportunidades de trabalho. Ele então foi dirigir uma escola para atores em São Francisco.
Em julho de 1930 viajou para o Arizona para se casar com Helen Gilchrist, que veio a falecer em 1937. Na década de 30 teria trabalhado ocasionalmente como diretor assistente em produções independentes de baixo orçamento, em filmes B e seriados.
James Young Deer morreu em Nova York em abril de 1946 e foi enterrado no Cemitério Nacional de Long Island, identificado como veterano da Guerra Hispano-Americana.

Filmografia:

Como diretor
Lieutenant Daring RN and the Water Rats (1924)
The Stranger (1920/I)
Who Laughs Last (1920)
The Savage (1913)
The Unwilling Bride (1912)
The Squaw Man's Sweetheart (1912)
Red Deer's Devotion (1911)
The Yaqui Girl (1910)
Cowboy Justice (1910)
An Indian's Gratitude (1910)
A Cheyenne Brave (1910)
The Red Girl and the Child (1910)
Under Both Flags (1910)
White Fawn's Devotion: A Play Acted by a Tribe of Red Indians in America (1910)
Red Wing's Gratitude (1909)
For Her Sale; ou Two Sailors and a Girl (1909)
The Falling Arrow (1909)

Como ator
Man of Courage (1922)
Under Handicap (1917)
Against Heavy Odds (1914)
The Unwilling Bride (1912)
Little Dove's Romance (1911)
Red Deer's Devotion (1911)
Young Deer's Return (1910)
The Red Girl and the Child (1910)
The Indian and the Cowgirl (1910)
The Cowboy and the Schoolmarm (1910)
Young Deer's Gratitude (1910)
The Ten of Spades; ou A Western Raffle (1910)
Young Deer's Bravery (1909)
Red Wing's Gratitude (1909)
The Mended Lute (1909)
The True Heart of an Indian (1909)

Como roteirista
Lieutenant Daring RN and the Water Rats (1924)
Neck and Noose (1919)
White Fawn's Devotion: A Play Acted by a Tribe of Red Indians in America (1910)

Texto traduzido e adaptado de:
https://en.wikipedia.org/wiki/James_Young_Deer
https://www.aisc.ucla.edu/news/files/Young%20Deer%20BL%20Article.pdf

No link a seguir se pode assistir a White Fawn's Devotion, um dos poucos filmes de Young Deer que sobreviveram, e que foi agregado ao National Film Registry da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos em 2008: 

https://www.youtube.com/watch?v=wmaa0dsjdCA

4 de set. de 2018

Konãgxeka na III Mostra de Cinema Tela Indígena



Konãgxeka: o Dilúvio Maxakali foi selecionado e está na programação da III Mostra de Cinema Tela Indígena, que acontece entre os dias 13 e 17 de setembro, na Cinemateca Capitólio, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
A mostra exibe filmes realizados por indígenas e com essa temática. Serão exibidos 27 filmes, de mais de 18 etnias diferentes. Também contaremos com a presença de 20 artistas, pesquisadores, cineastas e lideranças indígenas de todo o Brasil.
Konãgxeka será exibido no dia 15, às 19:30, em sessão intitulada "O dilúvio e a lagarta".

Mais informações no site: https://www.mostratelaindigena.com.br/
Programação Completa: https://goo.gl/ye9ENy

26 de ago. de 2018

Pajé Filmes no I Fórum de Mediação em Arte e Cultura



A Pajé Filmes participará do I Fórum de Mediação em Arte e Cultura: educação estética & educação política como estratégias de resistência, que se realizará nos dias 27, 28 e 29 de agosto, em Belo Horizonte.
No dia 27, de 16 às 18:30, no Auditório do PPGArtes, à rua Paraíba, 323, bairro Santa Efigênia, sob o título "Pajé Filmes: produção audiovisual indígena em Minas Gerais", será apresentado um relato da trajetória da produtora.
I Fórum de Mediação em Arte e Cultura é promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Artes (PPGArtes) da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG).

Eis o resumo de nossa apresentação: 
Relato sobre a experiência de dez anos na produção de filmes com foco na temáica indígena no estado de Minas Gerais. A produtora Pajé Filmes, nascida em Belo Horizonte, em 2008, realiza um trabalho de pesquisa e produção com representantes indígenas no estado, sobretudo com o povo Maxakali, com uma população em torno de 1800 indivíduos, falantes de sua língua ancestral e praticantes de seu modo tradicional de cultura com base em sua mitologia, religião, rituais, organização social, etc. Após a produço de mais de uma dezena de filmes documentários, dirigidos e produzidos pelos próprios representantes indígenas, em 2016, a Pajé Filmes realizou seu primeiro filme de animação - Konãgxeka: o Dilúvio Maxakali - codirigido por Isael Maxakali, sob os auspícios do edital Filme em Minas. Atualmente, inicia a produção de nova animação - Mãtãnãg, a Encantada - codirigido por Shawara Maxakali, projeto aprovado no edital Rumos Itaú Cultural. A Pajé Filmes tem como propósito potencializar a força artística da cultura tradicional indígena, se utilizando dos meios modernos de comunicação, como forma de gerar visibilidade para uma expressão de minoria no ambiente cultural, seja em nível local, nacional e internacional. As produções da Pajé Filmes primam pela coerência no processo de tradução dos elementos da cultura tradicional para os meios tecnológicos atuais de matriz digital. Para tanto, se utiliza de noções como o etnodesign e o design de produção ou direção de arte em audiovisual para nortear a transposição dos elementos da expressão artística originalmente indígenas para a linguagem fílmica. Partindo da formação educacional de membros da comunidade nas áreas de mídias e linguagens, através da realização de oficinas e cursos em aldeia, a produção da Pajé Filmes tem participado de festivais em âmbito internacional, angariando prêmios e projeção, e consequentemente gerando dividendos políticos para uma população historicamente marginalizada.

Maiores informações podem ser acessados no site do evento: http://ppgartes.uemg.br/

20 de ago. de 2018

Konãgxeka no Mekukradjá do Itaú Cultural



De 13 a 23 de agosto, 11 filmes relacionados à temática do Mekukradjá – Círculo de Saberes estão disponíveis ao público no site do Itaú Cultural. De longas a curtas, as produções são assinadas por diretores de diversas etnias e regiões do país. O movimento da memória é o tema desta terceira edição.
Para conferir Konãgxeka, acesse o link;
http://www.itaucultural.org.br/konagxeka-diluvio-maxakali

28 de mai. de 2018

Konãgxeka no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro



Konãgxeka: o Dilúvio Maxakali está concorrendo ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, promovido pela Academia Brasileira de Cinema.
Konãgxeka é um dos 16 curtas-metragens brasileiros a concorrer a cinco vagas finais na categoria de animação no Primeiro Turno do GP 2018, fase em que apenas os associados da Academia votam.
Os curtas são indicados por instituições como Associação Brasileira de Cinema de Animação (ABCA); Associação Brasileira de Críticos de Cinema (ABRACINE); Festival É Tudo Verdade; Fórum dos Festivais; Kinoforum e Porta Curtas.
Eis o link contendo as informações sobre o filme, bem como o trailer, no site da Academia:
http://gp2018.academiabrasileiradecinema.com.br/2018/05/18/konagxeka-a-enchente-de-maxakali/

Projeto Mãtãnãg, a Encantada selecionado no Rumos Itaú Cultural 2017-2018



Temos a satisfação de divulgar a lista de selecionados do Edital Rumos Itaú Cultural 2017-2018, com a presença do projeto Mãtãnãg, a Encantada, nova produção em animação da Pajé Filmes.
Dentre mais de 12.000 projetos de todos os estados brasileiros e de outros países, a comissão de seleção escolheu pouco mais de uma centena.
Mãtãnãg é mais uma história tradicional Maxakali, roteirizada por Charles Bicalho e Pajé Totó.
Também contará com a Direção de Animação de Jackson Abacatu e com o trabalho de produção da equipe da Pajé Filmes e da Comunidade Maxakali de Aldeia Verde.
A lista completa de todos os 109 projetos selecionados está disponível no link: https://www.rumositaucultural.org.br/selecionados

20 de abr. de 2018

Konãgxeka na Caixa Cultural no Rio de Janeiro



Konãgxeka está na programação da mostra de cinema Periferia da Imagem, que acontece no Rio de Janeiro, de 17 a 29 de abril, na Caixa Cultural.
Com o propósito de "mostrar como a periferia, entendida como algo que ultrapassa dinâmicas territoriais, vem ocupando um espaço de produção e invenção no cinema", a Periferia da Imagem exibe 40 filmes.
Maiores informações podem ser acessadas no perfil do evento no Facebook:
https://www.facebook.com/periferiadaimagem/

17 de abr. de 2018

Konãgxeka no FINCA em Buenos Aires



Konãgxeka: o Dilúvio Maxakali está na seleção do IV Festival Internacional de Cine Ambiental (FINCA), que acontece em Buenos Aires, de 30 de maio a 08 de junho, com o tema "Agitemos las aguas".
Konãgxeka, que foi um dos 70 selecionados dentre 300 inscritos, será exibido em sessão intitulada "Madre Tierra".
Mais informações, no site do festival:
http://www.imd.org.ar/finca/

14 de abr. de 2018

Konãgxeka em São José dos Campos



Konãgxeka foi exibido em São José dos Campos, São Paulo, dentro da programação da Mostra de Cinema Ameríndio, promovida pelo Sesc.
Konãgxeka foi exibido no dia 11/04, como consta na programação no site:

13 de abr. de 2018

Konãgxeka na Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis



Konãgxeka: o Dilúvio Maxakali está na seleção da XVII Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis.
O evento acontece de 30 de junho a 08 de julho no Teatro Governador Pedro Ivo na capital catarinense.
Maiores informações, como a programação completa, podem ser acessadas no site do evento:


7 de mar. de 2018

Konãgxeka no Green Film Festival da Filmambiente




Konãgxeka: o Dilúvio Maxakali está na seleção do Green Film Festival, promovido pela Filmambiente, que propõe apresentar "filmes com visões diferenciadas e experiências de diversas partes do mundo sobre questões ambientais e de sustentabilidade". As exibições do festival se darão no Cine Brasília, de 18 a 23 de março, dentro da programação do Fórum Mundial da Água 2018.
Para mais informações, acesse o site: