14 de abr. de 2011

II Mostra Pajé de Filmes Indígenas





Programação:

Dia 03/05
TERRA VERMELHA (Brasil/Itália, 2008, 108min), Marco Bechis
Inspirado em fatos reais e tendo os Caiová eles mesmos interpretando seus papéis, o filme mostra um retrato chocante da vida desses Guarani no Mato Grosso do Sul. Um grupo de turistas passeia de barco com binóculos em punho. Índios seminus tomam banho às margens do rio. Na seqüência, vestidos com calças, camisetas e sandálias, os índios recebem o pagamento em dinheiro por representarem o papel deles mesmos.

Dia 05/05
A CAÇADA (MG, 2009, 2min), Itamar Krenak
Animação que ilustra um dia de caçada na aldeia Krenak.
CASCA DO CHÃO (MG, 2008, 48min), Glaysson Caxixó e
Jaciara Caxixó
Acompanha alguns dias da vida do cacique Djalma Caxixó, que mostra lugares e fragmentos de seus ancestrais, chamados por ele de “povo da morada do chão”. Nas andanças promovidas pelo ancião, os dois jovens cineastas aprendem também o verdadeiro significado do “encantamento” que, ao contrário da “filmação”, só é captado na escuridão da Lapa, sob o domínio de Jaci, o Deus Caxixó.
KENE YUXI - AS VOLTAS DO KENE (Acre, 2010, 48min), Zezinho Yube
Ao tentar reverter o abandono das tradições do seu povo e seguindo as pesquisas do seu pai, o professor e escritor Joaquim Maná, Zezinho Yube corre atrás dos conhecimentos dos grafismos tradicionais das mulheres Huni Kui auxiliado por sua mãe.

Dia 10/05
YIAX KAAX – FIM DO RESGUARDO (MG, 2010, 24min), Isael Maxakali
Juan Maxakali nasceu em outubro de 2009 na Aldeia Verde Maxakali em Ladainha, Minas Gerais. Seus pais, Zezão e Jupira, ficam de resguardo por trinta dias após o parto. Durante este período eles sofrem uma série de restrições, como por exemplo, não comer carne vermelha. Agora o resguardo acabou. E Isael faz um documentário sobre o ritual que marca este final. Todos vão à cachoeira. O pajé Mamey vai à mata colher jaborandi e encontrar uma pedra para cortar o bambu que será usado para soprar a água em direção ao nascente e ao poente, exatamente como faziam os antigos. Assim todos agradecem e pedem proteção ao sol. Zezão e Jupira agora estão liberados para fazer tudo que gostam.
IRACEMA, UMA TRANSA AMAZÔNICA (Brasil, 1974, 90min), Jorge Bodansky
Em contraste com a propaganda oficial da ditadura na época, que alardeava um país em expansão com a construção da Transamazônica, uma câmera sensível revela os problemas que a estrada trazia para a região: desmatamento, queimadas, trabalho escravo, prostituição. Misturando documentário e ficção, o filme narra a história da jovem Iracema (Edna de Cássia) e do caminhoneiro Tião Brasil Grande (Paulo César Pereio). Iracema permaneceu proibido pela censura militar por seis anos. Neste período, ganhou prêmios em festivais internacionais, e, em 1980, quando liberado, foi o grande vencedor do Festival de Brasília.

Dia 12/05
BURUM NAK (MG, 2009, 39min), Itamar Krenak
Antigamente o povo Krenak utilizava-se da Bacia do Rio Doce para chegar ao mar. Os antepassados deixaram a tradição. A língua, os costumes, a dança, a cultura, a terra. A mata e as águas são fundamentais para a cultura Krenak. Nosso povo vem se recuperando. A alegria de cantar, dançar e agradecer por tudo voltou.

Dia 17/05
ARTESANATO XACRIABÁ: OSSO, MADEIRA E SEMENTE (MG, 2011, 15min), Marcelo Correa Franco Xacriabá
Um panorama do ofício e da produção artesanal dos Xacriabá.
A TETA ASSUSTADA (Peru, 2009, 91min), Claudia Llosa
(Urso de Ouro no Festival de Berlim 2009 e melhor filme estrangeiro em Gramado 2009).
Uma metáfora do rompimento. Peru, um país reprimido que só se expressa inconscientemente: por seus mitos, medos, traumas. O corpo de uma mulher é o vazio a ser preenchido. Uma angústia que quer se acalmar. O pavor ao diferente e a indiferença.


Dia 19/05
ANDANDO PARA O FUTURO, SEM ESQUECER O PASSADO (MG, 2011, 41min), Eulina Xacriabá
Uma pesquisa sobre as brincadeiras e cantos do povo Xacriabá.
WAMHUIRE - ACORDANDO A PINTURA XACRIABÁ (MG, 2011, 20min), Ranisson Xacriabá
Resultado de uma pesquisa de Ranisson sobre os motivos gráficos usados pelo povo Xacriabá.
HISTÓRIAS DE MAWARY (Brasil,  2009, 56min), Rubem Caixeta
Até o final da década de 1940, os Waiwai viviam dispersos na região de fronteira entre Brasil, Guiana e Suriname. Nesta ocasião, ali chegaram os missionários da Cruzada de Evangelização Mundial, pregando que aqueles povos eram “escravizados” pelos espíritos e, por isso, deviam abandonar a perspectiva animista em favor da “palavra de cristo”. Por sua vez, os índios diziam-lhes que não iriam abandonar suas festas e suas danças. Em 1994 estivemos na aldeia Mapuera para ouvir as narrativas de um tempo passado, mas ainda hoje inscritas nos corpos, nas palavras, e na vida cotidiana do povo Waiwai.

Dia 24/05
MULHERES E CRIANÇAS XACRIABÁ (MG, 2011, 17min), Cida, Marlene, Vilma, Cidinéia e Sônia Xacriabá
As diferenças e semelhanças na educação, brincadeiras e trabalhos das crianças xacriabás no passado e no presente.
EXPEDIÇÃO: GRUTA CABEÇA DE ANTA (MG, 2011, 05min), Ediney de Jesus Souza Xacriabá e Abel Nunes de Oliveira Xacriabá
Expedição realizada à Gruta Cabeça de Anta, sítio arqueológico e lugar de ancestralidade para os Xacriabá.
FESTA DAS ÁGUAS (MG, 2011, 41min), Isaque Pataxó
O nosso povo Pataxó veio do espírito da chuva, enviada por Niamisû. Esse espírito se transformou em protetor do seu povo e da natureza. Os espíritos da água e da mata nos tornam cada vez mais fortes. É isso que  mantém vivos os costumes e tradições do povo Pataxó e nos diferencia dos outros. Por isso é que mostramos aos outros, e a nós mesmos, o quanto somos resistentes diante de tanta discriminação. E diante dos massacres, que foram formas de reprimir o jeito com que lidamos com a natureza, respeitando cada espírito que está a nossa volta, protegendo e curando o nosso povo.
PRESENTE DOS ANTIGOS (MG, 2009, 52min), Ranisson Xacriabá e José dos Reis Xacriabá
A busca por um traço, um lastro, um rastro ancestral. Depois de muitas “guerras”, conflitos por posse de terra na região e grandes perdas em relação a práticas tradicionais, os Xacriabá revitalizam, pelas imagens, sua cultura. E, em especial, a pintura corporal. Vivenciando e registrando o que foi deixado desenhado pelos antepassados nas cavernas, eles absorvem o processo de realização de um filme, durante as oficinas de cinema documentário, ao mesmo tempo em que reforçam sua construção identitária.

Dia 26/05
CANTOS DO COITÉ (MG, 2011, 43min), Giselma Xukuru-Kariri
No município de Palmeira dos Índios, em Alagoas, o povo Xucuru-Kariri resiste à invasão da cidade por meio da força da cultura.
TABU (EUA, 1931, 81min), F. W. Murnau
Tabu, também chamado de Tabu, uma história dos mares do sul, é a última obra dirigida pelo alemão F. W. Murnau, que morreu num acidente automobilístico uma semana antes do lançamento do filme. Escrito por Murnau e Robert J. Flaherty, Tabu tem o elenco composto de nativos de onde o filme foi rodado: a ilha de Taiti, na Polinésia Francesa.
Matahi é um índio da ilha de Bora Bora. Um dia ele se apaixona por Reri, uma bela aldeã. Os anciões tribais, no entanto, reservam para Reri um destino especial: ela será oferecida em sacrifício aos deuses de seu povo. Então é declarado o tabu: qualquer homem que sequer lance sobre Reri um olhar desejoso provocará a morte de ambos. O casal foge, mas os sacerdotes tradicionais os perseguem... O título do filme vem do conceito de tapu, um princípio sagrado para muitos povos polinésios.

Dia 31/05
CORUMBIARA (Brasil, 2009, 117min), Vincent Carelli
(Kikito de melhor filme no Festival de Gramado 2009). Em 1985 o indigenista Marcelo Santos denuncia um massacre de índios na gleba Corumbiara (em Rondônia), e Vincent Carelli filma o que resta das evidências. Bárbaro demais, o caso passa por fantasia e cai no esquecimento. Marcelo e sua equipe levam anos para encontrar os sobreviventes. Duas décadas depois, Corumbiara revela essa busca e a versão dos índios.

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